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domingo, 13 de novembro de 2011

Verdade Alethéia (filosofia)

Semântica (continuação)
Verdade
A questão de ter referência ou não exprime se é verdadeiro ou falso. Podemos falar de enunciados verdadeiro em diversos aspectos. Wittgenstein diz que tudo aquilo que é um valor só pode ser vivido, nesse sentido não possui um sentido “universal”.
Na história da filosofia se desenvolveram três grandes conceitos de verdade. Nossa verdade vai sempre está relacionada com os três tipos de verdade, e as três dimensões: realidade, conhecimento (sujeito cognoscente) e linguagem.


Alétheia (descobrir, desvelar, revelar)
Verdade Grega
Verdade

Veritas
Verdade Romana


Emunah
Verdade Hebraica
Alétheia
A alethéia é a principal noção de verdade.
Do grego, létheia = lêto = léthos, que era rio que separa o mundo dos vivos e o mundo dos mortos, o rio tem esse nome porque nele havia uma bruma que fazia com que a pessoa esquecia tudo que havia acontecido com ele; E o radical “a” significa a negação. Então alétheia significa ‘o não esquecimento’. A verdade é nada mais que uma “desvelação” da realidade que deve ser estabelecido, ‘uma estátua na qual não se conhece porque ele está coberto de véus,  a medida que se retira os véus que a cobrem chega na imagem “perseguida”’.
É propriamente a verdade de tipo científica: verdade por correspondência/verdade da referência; a verdade que se estabelece quando conhecemos no sentido propriamente do conhecimento. Falamos em verdade do sentido alétheia quando conhecemos uma realidade, e assim podemos expressá-la pela linguagem. Permite uma verificação, no próprio objeto, por isso é autônoma. É conhecida como verdade semântica, ou seja, a verdade do que se diz, em que sempre haverá uma relação de conhecimento que é expresso (linguagem) em uma realidade. É totalmente objetiva, por isso é independe da condição da pessoa; enfatiza do que se diz, independente de quem se diz (uma pessoa daltônica tem defeito no ‘conhecimento’, por ex.). Portanto a ênfase está na realidade e na linguagem..
Fundamentalmente ela gravita na dimensão da realidade, conhecimento e linguagem, dependendo do enfoque que se dê, se tem uma das formas da alétheia. Assim, segundo noção de verdade:
o   Lógica: é a verdade dos enunciados (linguagem). O falso testemunho é erro na verdade lógica, uma vez que se pode dar um falso testemunho mesmo sabendo da realidade. Quando se dá um testemunho falso por erro de conhecimento não se pode dizer que é erro na linguagem, mas também não passa para uma falsidade de conhecimento (pois há essa falta de conhecimento); desse modo, não se condena por falso testemunho. Assim, na alétheia lógica, há a noção de verdade e falsidade; se corresponde à verdade é verdadeiro, caso contrário é falso.
o   Epistemológica: é a verdade do conhecimento (conjunto de representação sobre determinada realidade). Como nosso conhecimento se dá pelos sentidos, podemos ter, por exemplo, ilusão de óptica: como quando olhamos para a pista e temos impressão que a pista está molhada devido à refração da luz do sol a mais de 40º, o erro não está na realidade, mas no conhecimento que temos sobre a realidade; então se tem um falso conhecimento, uma falsa representação da realidade. Quando se substitui verdade por ‘representação correta’ ou quando o termo falsidade puder ser substituído por ‘representação incorreta’.
o   Ontológica: verdade da realidade. Bochenzki no, cap. Verdade, diz que a noção de verdade ontológica é muito espinhosa. Quando se fala da realidade por si mesma: não se fala mais de verdadeiro ou falso, mas de real ou aparente. Não significa que se não está no real, não exista, mas sim que seja aparente: seria o caso de um falso diamante, que pode ser um diamante sintético ou uma real safira branca. Na alegoria da caverna, o mundo das ideias era real, enquanto o nosso mundo era um mundo aparente (realidade imperfeita); uma realidade aparente se comparada com a ideal, mas dento da caverna ela é uma realidade real.
“C.P. Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência:
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
§ 2º - A pena aumenta-se de um terço até metade:
I - se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma;”
E quando se usa uma arma de brinquedo? Há uma realidade aparente, verdade ontológica. A arma de fogo está descrita por notas semânticas e pela sua função. É uma falsa arma de fogo porque lhe falta uma das partes da definição.
Quando se chegou ao supremo houveram duas posições. A primeira posição centrou em não aumentar a pena em caso de simulacro, arma travada/quebrada e uso de bala de festim; ou seja, se centrou na noção de realidade e de conhecimento do falante. Já  a segunda se centrou no caput do artigo quando diz sobre a ‘impossibilidade de resistência’; conhecimento de realidade do ouvinte e da linguagem, a alethéia epistemológica; a pessoa é condenada com o aumento de pena. A que venceu foi a segunda posição, ou seja, o ladrão será condenado mesmo usando uma aparente arma de fogo.
Esfera do conhecimento: falante e ouvinte: sujeito de conhecimento falante/ouvinte.
Quando um ladrão assalta ele cria uma realidade que na realidade é aparente, mas faz acreditar ao seu ouvinte (vítima) que é uma realidade real.

Verdade
Alétheia (descobrir, desvelar, revelar)
Lógica
Verdadeiro
Falso


Epistemológica
Representação correta
cogniscível
Representação incorreta
incogniscível


Ontológica
Real
Aparente

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