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domingo, 13 de novembro de 2011

Semântica (filosofia)

Semântica
A Semântica é o estudo do significado, estuda a linguagem a partir da perspectiva do significado. Quando damos a definição semântica, na verdade damos as classes lógicas em que aquele termo está ligado, que pode ser de um indivíduo (presidente do Brasil), de infinitos indivíduos (número natural), de uma indefinição de indivíduos (nº de estrelas), ou uma classe vazia (atual imperador de Roma).
O significado é o conteúdo expresso por um determinado termo; o significado é o conteúdo próprio de um termo, por fórmulas bem formadas. Desse modo, Termo = conteúdo = conceito/significado. O significado de um termo pode ser estabelecido, porque o significado semântico é estático.
Não são apenas os termos que possuem significado, mas também as sentenças; no entanto, apesar de os termos poderem ter significados próprios, eles não têm significado completo, uma vez que a ‘unidade menor de significação completa’ é a sentença.
Toda estrutura semântica tem referência, que é o objeto que o significado está determinando; a divergência dos filósofos está no que vem a ser este objeto.
Semântica
Termos
Significado
Definição (notas) semântica
Descrição
Função
Analógico
Referência
Variável de objeto
Sentença
Significado
Soma lógica dos significados de seus termos componentes
Referência
Variáveis
de estado de coisas


de ações
                




De acordo com o quadro acima, o significado de termos pode ser dado de três modos:
o   notas/definições semânticas (descrição), se dá a esse termo uma classe lógica, e pode ser:
o   Por termos que possuem significados próprio, os categoremáticos (nomes – adjetivo, substantivos...), que são indicam categorias (lógicas). Há dois tipos de termos categoremáticos: aqueles definíveis e os indefiníveis. Termos indefiníveis (como as cores; segundo os éticos, o significado de bom) têm significado, mas não se consegue definir; os verbos se incluem no conjunto de termos categoremáticos.
o   Por termos que têm significação devido ao contexto na sentença em que estão inseridos, os sincategoremáticos. São termos que vem junto ao temo categoremático para determinação do termo definido; dão especificidade melhor, ampliam ou restringem o termo ao qual eles estão ligados; daí o seu significado: sin, do grego, significa ‘estar junto’.
Desse modo, a sentença “O gato é preto”, temos que “Gato” é termo categoremático (definível): animal, mamífero, pequeno porte...; e “Preto” é categoremático (indefinível), uma vez que só se apreende o que é preto ao se ver a cor (sentido - visão); e o termo “é” é categoremático, é a união dos dois conjuntos. O “o” na frase identifica um determinado indivíduo, na frase acima ele assume o significado do termo seguinte. (em ‘O homem é um animal racional’ “o” e o “um” vira sinônimo de um geral); ou seja, dão significados mais amplos aos termos categoremáticos. Desse modo, o termo “o” é sincategoremático.
o   Função. A exemplo tem-se o direito, é aquele que serve para dirimir conflitos.
o   Analogias. Ou seja, a partir de um conjunto de objetos que estão sobre aquele conceito.
Já de acordo com a referência de termos, ela pode ser dada por apenas uma via, que é pelo próprio objeto, variável com ele.
Para G. Moore, existem determinados termos que possuem conceitos indefiníveis, como o preto que só pode ser entendido pelo sentido (referência). Ele diz que até mesmo os princípios são termos que não possuem valor definível.
Todo termo terá significado e referência, a existência de um deles necessita da existência do outro.
Quando se trata do significado de sentenças, fala-se da Soma lógica dos significados de seus termos componentes. Já com relação à referência ela pode ser variável por duas formas: o estado de coisas, ou ação que ela remete.
Diferente dos termos, a sentença pode ter significado e não ter referência, como a sentença o número de luas de vênus, não podendo se dá o modo inverso. O reino da pragmática é o reino das figuras de linguagem, portanto suas referencias podem assumir um caráter ficcional, imaginário.
Para alguns autores, referência só se dá a realidade que são empírica, ou physis natural, esses são os empiristas positivistas. Esses objetos empíricos têm referência fácil, os termos só têm referência no campo empírico; desse modo “Sereia” tem significado: ser mitológico, metade peixe e metade mulher....; mas não tem referência.
Já os Realistas colocam que o x, variável lógica, pode variar de acordo com o objeto lógico o qual se procura definir, no caso o Garfild poderia ser definido. Não se tem problema em saber a referência de Sininho quando se admite os contos de Peter Pan como referência.
                Segundo G. Frege, empirista matemático, a referência de uma proposição é na verdade o seu valor de verdade, uma vez que proposições somente são aquelas que tem referencia descritiva (assertiva). No momento que se tem referencia das notas semânticas e da proposição, esse é verdadeiro: ‘O pincel atômico em minha mão é azul’. Se tem referência empírica, é verdadeiro ou falso. Por isso é criticado quanto as sentenças que não cabem verdadeiro e falso, como “fecha a porta”.
Assim, faça-se segundo dois passos:
1º - se a referência de uma sentença é a referencia de seus termos conjugados.
2º - Só se tem referência se consegue estabelecer na realidade esse significado de coisas.
“Um tiranossauro rex toma café no quiosque do pier 22.”
No caso acima, é falso. O primeiro requisito está preenchido, mas o segundo não.
                Desse modo temos: “O tiranossauro rex é um teropode do cretáceo superior”
1º - tem significado
2º - tem referência
Então, o caso acima é verdadeiro.
Aceitamos que os números matemáticos têm referência, no entanto não podemos apontar referencialmente tal objeto. “Triângulo” tem sentido: figura geométrica plana fechada, cuja soma dos ângulos formam 180º, mas como podemos aponta-lo?
“Triângulo é a figura geométrica plana fechada com a soma dos ângulos internos equivalente à 180º”
A sentença acima é verdade apriori, ou seja, verdade lógica, porque é a definição de triângulo que todos nós conhecemos; mas na realidade não existe triângulos na realidade empírica.
“O triângulo retângulo tem um dos ângulos reto”, aqui admitimos a referência matemática deste, apesar de não possuírem referência nenhuma por não se estabelecer a uma entidade empírica. Na verdade, a referência matemática são meras construções operativas.
“Sininho é a fada dos contos de Peter Pan” é um enunciado com sentido, mas sem referência. Aqui Frege vai ter um problema: é falso se não tem referência. Sininho não tem referência empírica (Frege fala sobre os deuses gregos, posto aqui em analogia), mas o triângulo também é uma figura de realidade ideal, assim seria falsa. Então Frege, para não admitir que o triângulo seria falso, ele irá criar uma realidade a mais: ao entes matemáticos tem uma realidade própria que seria determinada matematicamente. Para Frege, a lógica é construída para justificar a matemática.
A saída empirista seria negar a verdade dos enunciados triângulo e sininho, em uma verdade mental; colocar, por exemplo, no rol do ‘nominalismo’, uma vez que possível haver um triângulo com 180º, por isso o triângulo seria verdadeiro . Outra saída seria a aceitação das realidades ideais de diversos tipos, inclusive a matemática, que se aceitaria a proposição do triângulo; pode ser uma realidade ficcional, em que se admite a Sininho dentro dessa realidade ficcional.
Pode se estabelecer campos para a verdade: verdade discricional, correlacional, satisfação de um enunciado...
A metáfora não é semanticamente verdadeira, mas na esfera pragmática ela pode ser verdadeira.
Mas, então, o que significa ser verdade?



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