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domingo, 13 de novembro de 2011

S. Tomás de Aquino (filosofia)

Santo Tomás de Aquino (in re)
S. Tomás de Aquino é o realista aristotélico. Afirma que a realidade existe, primeiro, no empirismo e, por abstração, no nosso conhecimento.
Segundo Aristóteles, qualquer ente (empírico) tem a seguinte fórmula: acidente, que se adiciona a substância, que é composta de matéria e essência. Em Aristóteles, se eliminarmos a matéria teremos entes ideais: que podem ser acidentais (que são formados de acidentes mais a substâncias, que são formados por essência) e temos aquela que Aristóteles colocou como substância primeira (substância composta por essência). Desse modo, qualquer uma das três estruturas são entes para Aristóteles.
Com Tomás de Aquino, o que temos, por ser um cristão, é que Deus não é um mero ente, ele é o criador e provedor de tudo. Então, como T. de Aquino procura provar a existência de Deus, ele tem cinco provas, mas iremos analisar um de seus argumentos, o qual ele não coloca como prova, mas podemos tomar como tal.
Tomás de Aquino concorda com os entes empíricos e os entes ideais quando acidente e substância (formada por essência), e discorda, logicamente, em colocar o absoluto como um ente.
Segundo Aristóteles, e Tomas de Aquino, os acidentes são um tipo de forma, então nesse caso os acidentes são formas que, aplicados na substância, nos dão ente empírico (ou seja, os acidentes dão forma à substâncias). Mas, se pensarmos nesse sentido, a essência é um tipo de forma, uma vez que dá forma à matéria.
O absoluto de Aristóteles (ato puro de pensar) não é mais nada que um outro ente, a diferença é que ele é um ente perfeito. Tomás coloca que quando o usamos o “ser” nos falamos de tudo e falamos, ao mesmo tempo, de nada, ou seja, o verbo “ser” se aplica a qualquer coisa. T. de Aquino pensa que todas as coisas “são”, mas a diferença está exatamente na composição da substância. Por isso discorda de Aristóteles quando diz que a essência é composta:
o   Tudo é ser (tomos somos seres) – não interessa se é uma cadeira, se somos nós ou se é um cachorro, o que nos é colocado é que nós temos uma forma de ser diferente dos demais.
o   Forma de ser - é o que podemos chamar de definição. A nossa forma de ser é exatamente a própria racionalidade, por isso T. de Aquino afirma que até na linguagem comum usamos esse termo (“homem é um ser racional”).
Quando aplicamos a forma ao ser, então n´s temos a essência, então a própria essência é composta de ser mais a forma de ser. A nossa forma de ser humana é aplicada ao ser.
Então T. de Aquino vai um pouco mais que Aristóteles. Assim, “ser + forma” são, juntos, a 1ª forma, o ser limitado; a matéria e a essência são, juntas, a 2ª forma, a espécie; e os acidentes com a substância nos dá nossa 3º forma, o indivíduo.
O que aconteceria se tirássemos a forma (da essência), a última limitação? Nós teríamos o puro ser, o ato puro de ser. Esse Ato puro de ser se caracteriza por ser ilimitado (sem forma), aespacial, atemporal, imutável, uno, único e necessário. Desse modo, só pode existir um, se existir mais de um eles vão se limitar, e por isso será único. Por fim, ele será contingente ou incontingente? Na verdade ele nunca poderia ‘não ser’ e não seria nunca de modo diferente, é necessário. E não poderia existir meramente porque pensamos nele, na verdade ele é absoluto.

Todo ente contingente é aquele que poderia não ser, não existir.
A nossa alma ela é imortal: tem um começo, mas não tem um fim.
E o que a bíblia diz sobre Deus? A bíblia não fala sobre Deus como a filosofia fala sobre Deus. Deus é ilimitado e aespacial: quando Davi quis criar um templo, “nosso Deus pode estar em todos os lugares, e não preso em um templo”, a bíblia diz que lá está sua gloria, e não ele, o que significa que ele pode estar em qualquer lugar, mas não obrigatoriamente em todo lugar; Deus é omnipresente. É atemporal: eu sou o alfa e o ômega, o princípio e o fim, por isso Deus é eterno. Quando diz que Deus é espírito, não o coloca como ser espiritual, mas o próprio espírito, por isso ilimitado. Em deus não há sombra de variação, por isso é imutável. O velho testamento coloca Deus como o “eu sou”, ou “YHEH”, por isso uno. Deus diz-se como único - “Não haverá outros deuses antes de mim, eu sou o único Deus” (ex 20:1). No apocalipse coloca-se Deus como “Aquele que foi, aquele que é e aquele que será”, por isso é absoluto e necessário
Ele é, também, onisciente pois ele está fora de tudo.
Ato puro de ser (provas da filosofia)

Teologia Deus (fé)
Ilimitado

Espírito
Aespacial

Omnipresente
Atemporal

Eterno
Imutável

Sombra de variável
Uno

YHWH
Único

Ex 20:1
Absoluto

Sempre foi
Sempre é
Sempre será
Necessário

Mas isso não diz, ainda, quase nada, uma vez que coloca dois nomes e não há, entre eles, uma ligação ainda. Desse modo, segue-se à Aristóteles, por seus princípios:
o   Princípio de contradição: um ente não pode ser e não ser sob as mesmas condições;
o   Princípio do 1º excluído: Só há dois valores de verdade;
o   Princípio da identidade: nas mesmas circunstância e tempo e sob o mesmo lugar, um indivíduo não pode ser diferente dele mesmo.
Desse modo, a análise dos princípio mostra que o que a razão nos diz é exatamente o que a bíblia nos diz, então o que a filosofia e a teologia nos provam são exatamente o mesmo ser. “O que a razão prova, a fé compreende.”
As Críticas à Tomas de Aquino nos dizem que ele estaria cometendo uma petitio principii. Desse modo, comete uma Falácia, o que significa que ao provar, comete um erro lógico para enganar: ao invés de provar, simplesmente repete aquilo que deveria ser provado no início. Ele nunca provou isso, ele apenas reproduziu o que já existia: por ser cristão ele arranjou um argumento para identificar um Deus que ele vê.


Um comentário:

  1. Eu discordo da crítica final. A prova ontológica de Santo Anselmo de Cantuária sim, parte de um conceito para provar. Mas Santo Tomás partiu do visível para o invisível, ou seja, intuiu. Não houve petitio principii.

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