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terça-feira, 13 de setembro de 2011

Weber (Sociologia Geral e Jurídica)

Sociologia Geral e Jurídica
Tema – Weber
Principal Bibliografia utilizada: Não identificado

Max Weber
Os 3 tipos de dominação
Dominação é encontrar obediência a um determinado mandato; Normalmente apoia-se em bases jurídicas, nas quais se funda sua legitimidade. Para Weber, a dominação estável são apenas aquelas elencadas nos 3 tipos a seguir:
Dominação Legal:
Tem como ideia base a existência de um estatuto que pode criar e modificar normas, desde que seu processo (forma) esteja previamente estabelecido. Constitui uma relação, baseia-se unicamente no profissionalismo e na hierarquia da empresa. Dominação é eleita ou nomeada. Essa forma de dominação é sustentada por regras, regulamentos e leis. Quando elas falham, valem pontos de vista de conveniência, "sem consideração da pessoa”.
                Apesar das condições do mercado de trabalho, o ingresso numa empresa é livre, estando-se, a partir de então, submetido às suas regras; no entanto, sua renúncia é igualmente livre. Dominação regulada por um contrato, configurando-se, assim, como legal.
Como exemplo de dominação legal pode-se citar o Estado, o município, uma empresa capitalista privada, numa associação com fins utilitários ou qualquer união em que haja uma hierarquia regulada por um estatuto.
A forma mais pura de dominação legal é a burocracia, e todo o elemento burocrático é essencial para o trabalho rotineiro. Os princípios fundamentais da burocracia são a hierarquia funcional, a administração baseada em documentos, a demanda pela aprendizagem profissional, as atribuições são oficializadas e há uma exigência de todo o rendimento do profissional. A obediência se presta não à pessoa mas à regra, que se conhece competente para designar a quem e em que extensão se há de obedecer.
É estável por ser baseada em normas que são criadas e modificadas através de um estatuto sancionado corretamente. Ou seja, o poder de autoridade é legalmente assegurado.
Dominação Tradicional:
É a forma mais antiga de dominação. Basicamente é aceita em nome da tradição e dos níveis de hierarquias, onde o exercício da autoridade se dá através, por exemplo, do comando do rei aos súditos, do pai aos filhos, dentre outros.
Ocorre devido a fatores como: afetividade, respeito, admiração, crença, e até no prazer de ver o “senhor” feliz ou satisfeito. Assim, com uma inexplicável legitimidade, determina-se que tal hierarquia é inflexível a mudanças.
Se estrutura de duas formas distintas,
                            I -             Quando há obediência devido a dependência dos indivíduos aos senhores
                          II -             Wuando a hierarquia é estabelecida devido a privilégios de alguns sobre outros.
Weber relaciona a “fidelidade tradicional” para explicar, por exemplo, a dominação patriarcal, onde o respeito e a admiração em virtude da tradição levam a obediência. Assim, existe uma forma de lei moral entre os indivíduos; a dominação está relacionada diretamente aos costumes, ações cotidianas e valores pessoais.
É estável devido à solidez do meio social e à dependência direta que a tradição tem com a consciência coletiva. E essa cultura já está enraizada a muito tempo na sociedade e estima-se que perdure ainda por muito mais.
Seu tipo mais puro é a dominação patriarcal.
Dominação Carismática:
É influenciada diretamente pelos fatores emocionais e afetivos, e a obediência é estabelecida pela crença nas qualidades do líder, ao caráter sagrado, à força heróica, ao valor exemplar ou ao poder da palavra que distingue de modo especial e, é aceita devido a devoção afetiva por parte dos dominados. Esta devoção deve-se ao reconhecimento que os heróis e demagogos alcançam, convertendo a fé e o reconhecimento em deveres invioláveis que devem ser seguidos pelos governados.
A dominação carismática se opõe às bases da legitimidade da ordem estabelecida e institucionalizada, onde o líder carismático, em certo sentido, é sempre revolucionário, na medida em que se coloca em oposição consciente a algum aspecto estabelecido da sociedade em que atua. Mas para que a autoridade seja estabelecida, é necessário que os seguidores considerem o apelo do líder como legítimo, estabelecendo-se assim, uma lealdade de tipo pessoal.
Como a obediência a um líder deve-se às suas qualidades pessoais, não há nenhum procedimento ordenado para a nomeação ou substituição deste e, sendo assim não há carreiras e nem é necessário formação profissional para se obter o carisma. Contudo, a fonte do poder é estabelecida em cima do novo, do que nunca existiu, carecendo da existência previa de vínculos predeterminados. Tratando-se de um fenômeno excepcional, a dominação carismática não pode estabilizar-se sem sofrer profundas mudanças estruturais e, dependendo dos padrões de sucessão que adotar e com a evolução do corpo administrativo, tornará-se ou racional-legal ou tradicional, em algumas de suas configurações básicas.
Seus tipos mais puros são a dominação do profeta, herói, guerreiro e do grande demagogo.
Ética protestante e o Espírito do capitalismo
É um livro de Weber, na qual ele investiga as razões do capitalismo se haver desenvolvido inicialmente em países como a Inglaterra ou a Alemanha, concluindo que isso se deve à visão do mundo e hábitos de vida instigados ali pelo protestantismo.
Weber avança a tese de que a ética e as ideias puritanas influenciaram o desenvolvimento do capitalismo. Na Igreja Católica a devoção religiosa estava normalmente acompanhada da rejeição dos assuntos mundanos (como a ocupação econômica).
O espírito do capitalismo é um conjunto de ideias e hábitos que favorecem eticamente a procura racional pelo ganho econômico. ‘Para que uma vida adaptada ao capitalismo possa predominar sobre as outras formas de organização ela teria que ter origem em vários lugares, como uma vida comum aos grupos de homens, não um só’.
Há vários motivos para procurar as suas origens nas ideias religiosas da Reforma Protestante. Certos tipos de Protestantismo (em especial o Calvinismo) favoreciam o comportamento económico racional e que a vida terrena (em contraste com a vida "eterna") recebeu um significado espiritual e moral positivo. O Calvinismo trouxe a ideia de que as habilidades humanas deveriam ser percebidas como dádiva divina e por isso incentivadas.
A lógica inerente destas novas doutrinas teológicas e as deduções que se lhe podem retirar encorajam o planejamento em prol do ganho económico.
Apesar de as ideias religiosas puritanas terem tido um grande impacto no desenvolvimento da ordem económica na Europa e nos Estados Unidos, eles não foram o único fator responsável pelo desenvolvimento; são por exemplo: o racionalismo na ciência, a mescla da observação com a matemática, a jurisprudência, sistematização racional da administração governativa e o empreendimento económico.
Aética protestante explorava meramente uma fase da emancipação da magia, o desencantamento do mundo, uma característica que Weber considerava como uma peculiaridade que distingue a cultura ocidental.
Da análise de seu texto se evidencia a correlação com a temática abordada por Emile Durkheim, a temática religiosa, contudo devido a análise de suas peculiaridades, a obra de Weber se distância da obra de Durkheim, principalmente devido a peculiar realidade vivida pela sociedade alemã do século XIX e da defesa do autor sobre a importância do papel da política na vida social, sendo esta realizada através de uma burocracia eficiente e controlada pela democracia, condição que justifica a origem de um sistema legal voltado para o capitalismo.
"Espírito do Capitalismo", os homens de negocio, os grandes capitalistas, os operários de alto nível e o pessoal especializado do período pertencerem a religião protestante (calvinista), e através do isolamento de suas características em comum e estabelece um "tipo ideal de conduta religiosa", que consiste na elaboração limite de algo, vazio a realidade concreta.
A Ética Protestante, a doutrina protestante de linha calvinista, que se distingue por santificar a vida diária em contraposição à contemplação do divino, condição que favorece o espírito capitalista moderno, notoriamente o alemão, ou seja, o autor busca idealizar, identificar, o tipo ideal de conduta religiosa, em oposição ao conceito pregado pela Igreja Católica, que na época por meio do conceito da piedade popular e da espera da recompensa na vida após a morte; e a mensagem protestante de linha luterana, que acredita que o homem já nasce predestinado a salvação, condutas que repugnavam a obtenção do lucro e que deste modo iam de encontro ao ideal burguês.
Max Weber defende o estabelecimento de um raciocínio lógico capitalista, que o mesmo denomina racionalismo; sendo esta leitura realizada através da comparação da existência do capitalismo e de empresas capitalistas, sendo identificado na primeira uma estrutura social, política e ideológica ímpar, que pode se ditar como a condição ideal para o surgimento do capitalismo moderno, que no seu interior defende a paixão pelo lucro como demonstração de prosperidade, fé e salvação.
Principais características do Sistema Capitalistao trabalho livre, a separação dos negócios da moradia da família e a implementação da contabilidade racional; da qual se origina a classe burguesa ocidental ligada estreitamente à divisão do trabalho.

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