Pesquisar ...

domingo, 18 de setembro de 2011

Concepção de Filosofia (Filosofia)

Segundo Bochenski, “não há homem que não filosofe, ou, pelo menos, todo homem se torna filósofo em alguma circunstância da vida”; todos filosofam, e até parecem que estão obrigados a filosofar.
Apalavra Filosofia possui muitas acepções, cada um que fala de filosofia entende coisas diferentes.
Concepção de Filosofia
Para uns, a filosofia é a ‘rainha das ciências’, ou a ciência mais geral e universal; para outros, ela nos informa a cerca da composição do universo; outros que é uma atividade racional com base no argumento e na crítica das evidências.
A palavra ‘Filosofia” deriva de dois vocábulos gregos que significam “amando a sabedoria”. Ainda que divergente, a melhor definição de filosofia seria dada pelos próprios filósofos, até porque um dos papeis dos filósofos é descobrir as verdades acerca da filosofia.
A definição de Filosofia que mais se relaciona e articula aos diferentes significados é a definição de Platão, na qual a Filosofia é o uso do saber em proveito do homem. Esse conceito implica na posse ou aquisição de um conhecimento válido e amplo, possível de ser utilizado em beneficio do homem.
Esse conceito de Platão é reconhecível em Descartes, que afirma que a filosofia é o estudo da sabedoria, na qual se entende sabedoria por prudência das coisas e um perfeito conhecimento de todas as coisas que o homem pode conhecer, tanto para a conduta de sua vida quanto para a conservação de sua saúde e a invenção de todas as artes. É um conceito também Hobbes, na qual a define como conhecimento causal e utilização em benefício do homem. E um conceito em Kant, que formula o conceito cósmico de filosofia como o de “ciência da relação do conhecimento à finalidade essencial da razão humana”; essa finalidade essencial é a felicidade universal, assim, relaciona tudo com a sabedoria por meio da ciência. E por último, em Dewey, a filosofia, relacionada ao conceito de Platão, é a crítica dos valores, no sentido de crítica às crenças, instituições, costumes, política, no que se refere seu alcance sobre os bens.
O conceito apresentado por Platão não estabelece nada sobre a natureza e os limites do saber acessível ao homem, ou sobre os objetivos para os quais pode ser dirigido. Assim, esse saber, tanto como revelação, posse, aquisição ou busca, tem seu uso orientado para a salvação ultraterrena ou terrena do homem, para a aquisição de bens espirituais ou materiais, ou para a realização de retificações ou mudanças no mundo.
Esse conceito platônico exprime igualmente bem tanto a tarefa das filosofias positivas, ou dogmáticas, quanto das negativas, ou céticas.
Quando o ceticismo antigo propõe a suspensão do assentimento faz-se entender a filosofia como uso de determinado conhecimento para consegui vantagem; quando Wittgenstein afirma que o propósito da filosofia é levar ao desaparecimento dos problemas filosóficos, eliminar a própria filosofia ou se curar dela recorre ao conceito de libertação da filosofia como sendo utilidade que o uso do saber pode proporcionar.
É possível distinguir os dignificados historicamente dados do termo “filosofia” pela natureza e validade do conhecimento a qual se refere, com relação à natureza do alvo para qual ela pretende dirigir o uso desse saber e com relação à natureza do procedimento que se considera próprio da filosofia.
Estatuto da Filosofia
Para cada teoria há um determinado estatuto, ou seja, para se determinar o que é um tipo de conhecimento teórico tem que se estabelecer alguns parâmetros, que são: objeto, método e seu escopo. O método e o escopo são a lógica de pesquisado modelo teórico e o fim daquela teoria. São esses elementos que determinam o estatuto de uma teoria.
Na Filosofia encontra-se um problema, porque o estatuto depende dos filósofos. Por isso que se indaga se existe “a Filosofia”: que seria aquela que ouvimos no dia a dia, ou se existem diversas Filosofias.
Se olharmos para a história da filosofia constataremos que o filósofo é um homem que quer explicar a realidade, ou seja, interpretar racionalmente o objeto proposto, o que, segundo Bochenski, só se consegue com o auxílio da inteligência. Do ponto de vista histórico, aquilo que os filósofos produziram, a filosofia sempre foi uma ocupação racional e científica, doutrina, não poesia. Alguns filósofos tinham dotes poéticos, mas isso parece que foi neles simples meio de comunicação do pensamento; afirma Bochenski que, em sua essência, a filosofia sempre foi uma doutrina, uma ciência.
Para a filosofia como ciência e a definição de seu objeto, campo de investigação, a resposta está nas diferentes escolas filosóficas:
Na Teoria do Conhecimento, como Kant, a filosofia investiga a própria possibilidade do conhecimento, os pressupostos e os limites do conhecimento.
Na dos Valores, como a escola alemã meridional e alguns filósofos franceses contemporâneos, a filosofia investiga aquilo que deve ser.
Na que concebe o Homem como pressuposto e fundamento de todo o resto, como os existencialistas, toda realidade tem alguma relação com o homem; a filosofia faz dessas relações seu objeto particular, e com elas o homem.
Na Linguagem, como Wittgenstein e os positivistas lógicos, a filosofia investiga a linguagem das outras ciências do ponto de vista de sua estrutura.
Objeto
O ponto de partida seria o objeto. Digamos que a Filosofia tem um objeto próprio, logo, ela tem um método próprio de investigar as coisas. No Entanto, há uma corrente, os céticos (não céticos em sentido amplo, mas os afiliados ao ceticismo como corrente filosófica), que afirmam que o objeto seria impróprio, o que resultaria em um problema de método, porque o objeto seria dado por outra teoria.
Filosofia Sintética – Objeto ex novo
A concepção sintética de Filosofia diz que o método existe e é um sistema lógico que pertence à lógica de pesquisa, no caso, à pesquisa filosófica. Então, o método é um sistema lógico de pesquisa que estamos utilizando para dar determinada solução a um problema. Ela diz que o objeto é um construto, não dado; a Filosofia constrói seu objeto, enquanto a ciência só pode estudar objeto que já está dado. (Aristóteles, Hegel, Marx, São Tomás de Aquino, Santo Agostinho)
A diferença entre a Filosofia e a ciência esta que um cientista pode explicar um objeto, criando, para isso, uma teoria; o cientista pode construir uma explicação. Ele não cria seu objeto, mas pressupõe sua existêncial, que já é dado: Newton já sabia que havia a queda dos corpos antes de desenvolver a Lei da Gravitação Universal. Já o filósofo não, ele constrói o seu próprio objeto. Então, à medida que ele estabelece um método, esse método vai construindo seu objeto.
Sendo o objeto da Filosofia uma construção do método, dois aspectos importantes derivarão daí:
Primeiro: objeto é sempre ex novo; isto é, o objeto é sempre uma nova criação do filósofo. Platão cria uma forma de Polis, ele quer explicar por que os homens se reúnem e qual seria, então, a melhor forma de governo, mas a república de Platão nunca existiu; diferentemente de um cientista, que estudará Atenas, Esparta, Corinto, a tirania, as formas da democracia dos antigos, o comportamento do exército de Esparta, etc. Por outro lado, filósofo não está preso, pode até partir das observações do mundo, ou pode criar um objeto totalmente novo, que sequer tem necessidade de existir na realidade política empírica, como, por exemplo, a república de Platão ou o modelo marxista. Aristóteles cria um modelo perfeito de governo onde a justiça seja alcançada, a politéia nunca existiu. Marx critica John Stuart Mill, grande nome do liberalismo, David Ricardo e Adam Smith, que escreveu a obra a Riqueza das Nações. Quando Karl Marx constrói seu grande modelo, um modelo econômico e político justo livre, diferente dos outros, da ideologia do burguês. Já a ciência não cria seu objeto novo; ela é obrigada a pensar um objeto já existente.
Segundo: a Filosofia sempre pode nomear e considerar esse objeto em sua totalidade, ou seja, in totu. Não significa que a ciência não possa, progressivamente, conhecer esse objeto, mas não segue que ela conseguirá entendê-lo em sua totalidade, porque isso não é possível. Em uma teoria não se pode abranger o objeto em sua totalidade; sempre haverá aspectos que escaparão à teoria. A ciência está ligada, em seu método, a uma tecnologia, enquanto a Filosofia não tem essa preocupação. Einstein, portanto, imaginava que o Universo era finito. Foram os telescópios, portanto, que revolucionaram a maneira de observar o Universo até percebermos que havia múltiplas galáxias. Se tratou, portanto, de um desenvolvimento da técnica, não do método.
A ciência pode continuar ampliando seu conhecimento do objeto. É claro que a explicação é uma construção, mas há um elemento do próprio objeto que está além da teoria. O que muda é como explicar. Explicar a queda dos corpos, por exemplo: Aristóteles falava que os corpos eram compostos de átomos terra, ir de encontro a seu lugar normal (o solo), enquanto Newton propõe uma nova explicação totalmente diferente. O problema, portanto, é sempre o mesmo. Por isso que a ciência nunca conseguirá atingir o conhecimento de seu objeto em sua totalidade.
À medida que o método constrói o objeto, ele também é uma construção da Filosofia, que não busca seu método fora dela mesma, mas ela o constrói. O objeto é um constructo do método, que por sua vez é um constructo da Filosofia.  Logo, o próprio método é um construto da Filosofia.
Aristóteles, quando desenvolveu a Filosofia, percebeu que precisaria de um instrumental. Para isso, criou a lógica. Não é que os filósofos anteriores não conheciam a lógica, mas o que fez Aristóteles? Seus antecessores a usavam intuitivamente. Aristóteles simplesmente sistematizou, criando um corpo de um método com regras totalmente estabelecidas para que a Filosofia fosse desenvolvida. Hegel, discordando, cria também seu próprio método: a dialética hegeliana. Como ele não concordava com Aristóteles, ele cria um novo modelo para investigar seu objeto. O objetivo dele era explicar a realidade social humana bem como a realidade natural. Assim, Hegel toma seu objeto na totalidade.
Os cientistas só conseguem observar um quadro começando de um ponto, e então expandindo a área examinada; o filósofo consegue fazer o inverso: observar o todo para depois se aprofundar nos aspectos específicos. O cientista pode projetar uma totalidade, mas nunca consegue atingi-la.
Finalmente, conseguimos chegar à noção do conhecimento. Esse tipo de conhecimento é ilimitado, uma vez que o limite seria imposto pelo objeto, mas como ele é constantemente construído, então não há limites. Já a ciência tem o limite imposto pelo próprio objeto (essa limitação da ciência não quer dizer que ela não possa reformar sua concepção do objeto). O objeto é sempre algo a mais que a teoria; assim, a ciência é ilimitada horizontalmente: pode reformar sua concepção de um objeto, mas nunca chegará à totalidade.
Dizemos, então, que o conhecimento da Filosofia é absoluto, no sentido de que ele tem essa condição de poder atingir a totalidade mas também no sentido que ele é inquestionável. Segundo esses teóricos, a Filosofia não tem como ser questionada. A realidade, para eles, é tal qual ele está explicando. A ciência não, ela depende de algo externo para haver uma reforma, por isso ela não é absoluta.
Dado que esse conhecimento é absoluto, a outra condição desse conhecimento é que ele não é relativo a nada que está de fora dele. A Filosofia só pensa a partir dela mesma, nunca a partir de outra disciplina. O conhecimento filosófico não pode ser relativizado.
O caráter absoluto e divino do conhecimento filosófico leva à condição de perfectibilidade.
É assim que se estabelece uma Filosofia sintética, seja ela de Aristóteles, de São Tomás de Aquino, de Santo Agostinho, de Hegel, de Marx, etc. os sintéticos dizem que todos os modelos filósofos são feitos seguindo essa regra, mesmo os feitos pelos filósofos analíticos.
Filosofia Analítica – Objeto dado
Nesse caso só deve se inverter a ordem dos conceitos da Filosofia Sintética.
O objeto está dado ao cientista, que formula o problema e buscará resolvê-lo. Sempre que se pergunta sobre o objeto, se pergunta sobre as causas. Nesse sentido, se o objeto é dado ao pensador e ele simplesmente o explica, então estamos na Filosofia analítica. A primeira condição da Filosofia analítica é que o objeto é positivo, um dado da Filosofia, da ciência ou do que for. Em outras palavras, o cientista pensa um objeto já existente, e apenas explica-o.
Nesse sentido, Filosofia e ciência não se distinguem. Para o filósofo analítico, a sociedade é um objeto tanto quanto para sociólogo, mas para nenhum dos dois a sociedade é construída, mas já dada. A diferença é que o filósofo pode pensar idealmente sobre a sociedade. Então a Filosofia nunca chegará à totalidade de seu objeto, assim como não chegará à ciência. O objeto será sempre algo a mais que o filósofo pode explicar.
Em ciência conseguimos reputar um objeto, mas em Filosofia não podemos fazer isso, pois a Filosofia não é um modelo empírico de conhecimento. Se reputa uma teoria científica, se seus respectivos objetos apresentam aspectos que não estavam previstos na teoria, quando novas coisas são observadas, então aquele modelo é reformado ou refutado por inteiro. Na Filosofia isso não ocorre porque ela não é contrafactual (o que a diferencia da ciência); para os analíticos, o objeto da Filosofia ainda assim é um dado ideal, além disso, ela ainda não abrange todo um objeto, ou de não dar conta completamente dele.
Os filósofos podem reformar seus modelos. Inclusive há filósofos que discordaram de seu próprio pensamento. Ludwig Wittgenstein (1889 - 1953) criou uma obra de Filosofia da Linguagem chamada Tratados, que nos anos seguintes, o próprio começou a pensar sobre o assunto que havia escrito chegando à conclusão de que ele estava errado; numa obra posterior critica sua primeira. Mas as duas obras hoje ainda têm validade, porque são filosóficas. Diferentemente da ciência quando passou a valer a de Newton em detrimento da Física de Aristóteles.
Para o filósofo analítico é um conhecimento relativo ao seu objeto, é relativo à sua esfera. Hoje temos determinados conhecimentos diferentes da era de Aristóteles, por exemplo, uma vez que o objeto sempre termina por se alterar.
Objeto ex novo Vs Objeto dado
Na Filosofia Sintética, tanto o método quanto o objeto são constructos, enquanto na Analítica apenas o método é.  A diferença fundamental entre o método para filósofo analítico e para o sintético está qual que na Sintética, o método também construía o objeto; na analítica, ele só responde por explicar o objeto, mas não construindo-o.
O conhecimento para o filósofo sintético é absoluto, é um conhecimento irrestrito, inquestionável. Enquanto para o filósofo analítico é um conhecimento relativo ao seu objeto, é relativo à sua esfera.
No modelo sintético as disciplinas são conhecimentos humanos, dado que a Filosofia é a única que tem condições de tomar seu objeto na totalidade, mas que tem todas as condições do conhecimento divino. No entanto, os analíticos, afirmarão que seu modelo sempre será reavaliado e reconstruído. Em Relação ao analítico, a diferença entre Filosofia e ciência, com relação ao método, está no objeto; para o filósofo sintético, não só no objeto, mas no método.
Natureza
Essa natureza pode ser racional ou irracional.
Primeiro, segundo uma visão racional, ou positivista, a filosofia é um conceito coletivo para tudo o que ainda não pode ser pesquisado e investigado cientificamente. Segundo Aristóteles, a filosofia e ciência significavam a mesma coisa e que, mais tarde, as diferentes ciência se ternaram independentes. Para eles, não existe uma filosofia com objeto próprio e exclusivo; um objeto da filosofia nem existe. A filosofia significa a tentativa de dar soluções a problemas que ainda não estão maduros para serem resolvidos pela ciência.
Para Bochenski, se as coisas fossem como imaginam esses filósofos, teríamos hoje em dia menos filosofia que antes, o que foge da realidade uma vez que temos muito mais pensadores e problemas abordados. Com o passar do tempo algumas disciplinas se separaram da filosofia, mas quando há essa independência surge quase sempre uma disciplina filosófica paralela. Ao invés da filosofia definhas com o progredir das ciências, se torna sempre mais viva e mais rica.
Já segundo uma visão irracional, Seu objeto de investigação é o supra-racional, o inconcebível, aquilo que está além da inteligência, ou pelo menos em seus limites extremos. Afirma que a filosofia jamais desaparecerá, mesmo que dela se separem todas as ciências possíveis, porque ela não é uma ciência.
Pode-se dizer que o homem deve se servir de todas as suas faculdades; que as questões fundamentais da filosofia nem são acessíveis à inteligência e devem ser investigadas por outros meios, enquanto possível; que tudo quanto diz respeito à inteligência já pertence de uma ou outra maneira às restantes ciências. Portanto, só resta para a filosofia aquela reflexão poética sobre as fronteiras, e para além das fronteiras da inteligência.
No entanto, há pensadores que se insurgem contra tal modo de pensar as coisas. Entre outros, aqueles que permanecem fiéis ao princípio de Wittgenstein: “sobre o que não se pode falar, deve-se calar”. Dizem esses opositores da filosofia poética que é impossível se conceber algo pelos processos normais do conhecimento humano; são apenas dois os caminhos possíveis: se alcançar o objeto diretamente (sensitiva ou espiritualmente) ou se deduzir de outro. Esses pensadores chamam os representantes da filosofia poética de visionários, poetas.
Método
Os métodos são Analíticos, hermenêuticos e Existencialistas.
Em suma, digamos que o método analítico é hipotético (dedutivo) ou científico (indutivo), se dúvida metódica e de dedução transcendental. Chama-se analítico porque se fundamentam na esfera lógica.
o   Método de Sócrates se fundava se em perguntas e respostas de forma a gerar nas mentes toda a sabedoria; acreditava que a verdade é inata à mente humana (assim como pensava Platão);Platão se baseou em matemática para montar uma república perfeita, na qual seu axioma central era a justiça (harmonia de todas as classes da polis.
o   Método de Aristóteles baseia-se em um método indutivo; um modo lógico e válido a partir das premissas. Quando dizemos que a primeira premissa é verdadeira, devemos considerar a existência de argumentos válidos e sólidos.
o   Método de Descartes baseia-se na ideia de descartes de criação do método dos métodos, por isso cria um método dedutivo: a primeira regra seria a evidência, tomando com verdadeiro as ideias claras e distintas; tomar qualquer problema em quantas partes forem necessárias, analisar, até achar a clareza; fazer síntese; revisão recursiva.
o   Kant estava ligado à teoria de dedução transcendental, na qual dizia que os método seguem um padrão que não criam um modelo próprio da filosofia; transcendente todas as sensibilidades empíricas.
O Método Hermenêutico faz uma crítica aos analíticos dizendo que eles só podem criar modelos externos. A realidade não deveria ser lida no sentido formal, mas como um texto. Concluem que, ao se ler um texto, se cria uma relação com esse texto; a realidade sofreria um influxo que faria parte dela. O texto será lido de acordo com a sua historicidade. Quem lê, pode dar conteúdo.
Segundo os Poiéticos, ou ametódicos, o método é mero instrumento.

Para os existencialistas, todos os modelos se no que o homem é a priori, ou seja, a definição do homem ou de sua natureza. Para as outras concepções da Filosofia, existe uma essência, que definirá o que o homem é e será; essa essência contrapõe-se a ideia de existência. Mas os existencialistas afirmam que não há nada que predetermine o que o homem é ou será; tudo é pura existência, e não há essência alguma.
Para Aristóteles o nosso próprio modo de existir depende de uma essência: racionalidade (o que nos difere de outros animais), por isso o homem sempre constituirá uma comunidade política. Segundo o cristianismo esse modo de existir está a partir de uma natureza criada por Deus, que criou o homem bom; mas o homem tem a vontade, e essa vontade leva o homem a poder violentar essa sua natureza para com Deus. Pela corrente empírica, criticada pelos existencialistas, tudo que é base do conhecimento são os sentidos; assim, o existencialismo critica o empirista porque este transfere a natureza humana para a condição social.
Para o pensamento existencialista não há como estabelecer uma essência dos entes, como dizem os metafísicos: essa essência que seja a vontade de Nietzsche, ou o amor de Schopenhauer, ou a razão de Aristóteles.
Desse modo, não admite uma natureza humana, a questão é que não há nada que determine o homem de antemão. Então somos pura existência, puro modo de ser, este é o fundamento de toda a liberdade. Se existe algo predeterminado no homem, esse algo é exatamente que ele terá sempre que escolher. Se o homem faz isso, aparece outro elemento que é fundamental: a angústia. Kierkegaard, pai do existencialismo, disse que o homem, por ser um sujeito de escolhas, simplesmente viverá a angústia, ou seja, saber que sempre se que terá fazer uma escolha, sem saber qual seria seu no momento da decisão e não escapar disso. A angústia não é vista como algo ruim.
Os outros filósofos querem eliminar a angustia da forma como pensam: o racionalista, eliminaria através da razão, para Schopenhauer ela é eliminada quando o homem se esvazia pelo amor; no cristianismo, escolher por fé o que Cristo faria em seu lugar; em Nietzsche, usando a potência da sua vontade de tal modo que se livre do vínculo com a civilização e se torne autônomo. Mas o existencialista diz que o homem, ao fazer uma escolha, acaba voltando à angústia.
M. Heidegger afirma que o homem é um ser para a morte. Deixar de existir para o existencialista não é o mesmo que deixar de existir para os outros pensadores; para os demais filósofos, o fim da existência se traduz na morte do homem, enquanto para o existencialista o sujeito pode continuar vivo, mas deixar de existir, isso porque o homem, por ser o único que ao mesmo tempo existe e tem consciência de sua existência e liberdade, pode deixar de tê-la, o que significa deixar de existir.
Explicando melhor: quando o homem, em meio à angustia, justifica o resultado de suas ações por outra ação, então ele se reduz a nada e, assim, deixa de existir. É o exemplo do dilema existencial de Sartre.
Jean-Paul Sartre, existencialista do século XX. Um dia um aluno dele, pouco antes da invasão da França pelo exercício nazista, chegou para Sartre com esse problema: na família do rapaz só havia ele, um irmão mais velho e a mãe, já velha, que não conseguiria viver sozinha. O irmão mais velho foi para a guerra, honrar a pátria, mas faleceu. Agora, o aluno encontra-se em um dilema, servir à pátria e honrar a memória do irmão, mas correndo o risco da mãe falecer; ou ficar com a mãe, mas deixando de honrar à pátria e à memória do irmão. Sartre diz que não pode decidir pelo aluno, e esse é o ponto da existência: o conceito de nulificação, ou Niilismo, que significa a condição de se tornar um nada existencial. Não é que o sujeito desaparecerá do mundo naquele momento, mas ele deixará de ser livre. Sartre diz ao aluno que se ele escolher ficar com sua mãe, não poderá usar isso como justificativa de você não ter ido para a guerra, o mesmo acontece se for à guerra, não poderá justificar a morte de sua mãe por tal motivo.
Cada homem é individualmente livre e no momento em que se toma a decisão o sujeito tem que ser responsável por essa escolha, ao dar a desculpa, ele deixa de ter a liberdade, e deixa de existir, tornando-se um nada. Por justificar, impedem-se escolhas legítimas, o que Sartre chama de má-fé.
Sartre sabe que há influências, mas a questão principal é a escolha: assumir a responsabilidade é agir com autenticidade, justificar é agir de má-fé; ao fazê-lo, ele se nulifica, niilifica-se, e essa é a pior das mortes para Sartre.
No momento que ele escolhe, cada indivíduo estará limitando a decisão do ego daquele que escolhe, então, para Sartre, “se o homem é livre, Deus não existe”. Imagine um cristão que age correto, mas justifica-se em Deus. Então existencialmente, para Sartre, ele não é nada. Nem todo existencialista é ateu como Sartre: Karl Jaspers é cristão, e elimina a fundamentação da decisão do homem ser em Deus; Paul Tillich não coloca Deus como justificativa para todos os acontecimentos, mas como fundamento para nossas escolhas; mas Deus mesmo em si não pode ser usado como justificativa.
Inicialmente, o sujeito deve assumir a culpa, a ação, e posteriormente ele poderá até verificar se ela realmente trouxe mais vantagens do que outra que poderia ter sido tomada, e até tentar futuras decisões que possam atenuar eventuais prejuízos; mas ainda assim a que foi escolhida deve ser assumida sem resquícios de pesar.
Outros métodos
Segundo Bochenski, o método fenomenológico é um preparatório para os outros métodos, é a via afirmativa de descrição; proposição descritora, não há um traçado lógico para se estabelecer conclusões, descrições...
Já o Método dialético, contra o modelo analítico, faz uso de uma regras não lógica; totalmente dinâmica.
o   Hegel – a lógica meramente consegue explicar, mas não seria capaz de perceber todo o processo que o corre na realidade. Hegel repudiava o princípio da contradição. Afirmação é tudo aquilo que está posto. Negação é tudo aquilo que a afirmação não é. Regra dialética: Na verdade, a negação da negação não é a nulidade, e sim a conjunção da afirmação com a negação estabelecendo uma nova realidade; e o resultado dessa conjunção, mas também uma realidade nova. Todo processo é um processo dialético. O fim de todo esse processo é teológico, ‘Deus’.
o   Marx: Erra Hegel, pois a dialética não está para servir um procedimento teológico, pois a religião é o ópio do povo. O processo dialético é econômico. Materialismo dialético, e não teologia dialética (como disse Hegel). Disputa de classes, negação é a classe que se opõe a “comandante”. O trabalho desumaniza o homem e humaniza a coisa. O Estado Marxista é o fim da história material econômica. 


df
Aplica-se à chave acima as teorias: Alfred Tarki, na qual uma afirmação e sua negação não podem ser ambas falsas ou falsas (princípio de contradição), e Duplex negation, na qual só existem dois valores.
Escopo
Liga-se para o que a filosofia está voltada. Pode ser Teorética ou Práksica.
A Práksica, do grego práksis (todo conhecimento que pode ser aplicado), é uma teoria (não uma técnica) de ação volitiva do homem, proposta pela condição de escolha e determinações volitivas, seja ela políticas, morais, jurídicas, etc. Dizer que a filosofia é práksica significa dizer que deve ser constituída para trazer um benefício aos homens em suas condições volitivas.
Os dois grandes mestres nessa linha são Platão e John Stuart Mill. Para Platão o conhecimento é práksico, sua república delineada tem conteúdo teórico sintético, sendo, então, objeto construído. A República admite que a classe dos produtores produzam para o bem da comunidade. Por isso afirma Platão que toda teoria para ele visa ter uma aplicação para benefício dos homens. E John Stuart Mill diz que a mudança de concepção deve ser promovida de tal forma que os homens se tornem nobres e então se possam controlar os governantes e o sistema como um todo.
Assim, implica que a Filosofia é revolucionária do status quo estabelecido, a qual revolução visa o bem comum. Há teóricos que admitem a revolução em sentido estrito, como Marx e Rousseau; para eles, o interlocutor jamais vai admitir a condição racional.  Para Marx: revolução proletária violenta;
Rousseau coloca que a Filosofia deve promover a práksis , que não é uma condição meramente intelectual. Rousseau afirma que o poder é do povo, todo homem nasce igual por natureza e todo homem deve desejar a liberdade. Logo, o fundamento do governo deve ser a liberdade; assim, quando alguns indivíduos usurpam esse direito, deve se usar da revolução em sentido estrito para ter sua liberdade .
A práksis, em grego, se opõe a tékhne, a qual, para os gregos, quer dizer prática, um tipo de conhecimento manual conhecimento por tentativa-e-erro, não teórico
Já a Teorética, de theoría (contemplar), significa toda forma de teoria que ela se baste em si mesma como conhecimento, que não tem um fim fora dela. Teoria é o conhecimento que se busca pelo simples e puro prazer de conhecer; Aristóteles (matemática) - física é a teoria pura da engenharia. A filosofia é pura teorética e o conhecimento basta a si mesmo segundo Aristóteles. O filósofo cria a Filosofia para explicar o mundo, e mais nada; assim, ela está na esfera do conhecimento pelo conhecimento, ou seja, conhecimento autárquico, o verdadeiro conhecimento.
Aqui, Aristóteles faz a diferença entre ciência (epistéme) e arte (que ele chama de tékhne). Na arte o conhecimento não se basta, mas tem um fim de produzir um bem fora dela. Já para na epistéme está se pesquisando só pelo objetivo de conhecer.
Enquanto Platão identifica arte com ciência, Aristóteles as distingue.  O próprio Aristóteles taxa seu modelo de especulativo; por outro lado, Platão quer que seu modelo intervenha na vida humana, assim como Marx e Rousseau.
Para os teóréticos toda vez que se tentar levar o modelo teórico para a esfera da aplicação, ele será deturpado, pois o modelo não tem condições de garantir uma relação com a realidade. Já os práksicos dizem que os homens podem deturpar, mas isso não é uma crítica válida para que o modelo não possa ser implantado.
Outros teóricos que defendem a Filosofia teorética são os lógicos da linguagem de hoje.

Nenhum comentário:

Postar um comentário