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domingo, 18 de setembro de 2011

As Dimensões e Disciplinas Filosóficas (Filosofia)

As Dimensões e Disciplinas Filosóficas
A dimensão da realidade surge na perspectiva Greco-romana, com exceção da linguagem sofística, e se prolonga até a filosofia medieval. Sabendo que o período medieval compreende aquele dominado pelos cristãos, mas com momentos Hebraicos e islâmico; assim, seria um momento dominado pela religiosidade.
Com a chegada do protestantismo e do renascimento acontece a ‘virada antropocêntrica’, colocando o homem no centro, a dimensão agora seria o Ego. Agora, a perspectiva principal é a filosofia moderna, com exceção do período da escolástica, a qual remete-se à realidade, logo a uma filosofia cristã.
Entretanto, com o advento de uma filosofia contemporânea, acontece uma virada pragmático-linguística, fazendo com que a linguagem se tornasse independente da estrutura do pensamento. A lógica perderia sua importância, que seria entregue ao conhecimento e ao pensamento; surge a dimensão da Linguagem. Assim, a linguagem deixa de ser privada e se torna pública, suas regras determinariam e conformariam o pensamento; seria ela a própria construtora da realidade. Esse lugar da linguagem foi de tal importância que estabeleceu essa realidade sobre a qual podemos falar e conhecer. A exceção à historicidade desse período estaria naquilo que se remete à Realidade: escolástica, no Marxismo, Hegelianismo e Nitzscheanismo; e ao que se remete ao pensamento Kantiano, que trabalha a mente.    Realidade
Essa dimensão concebe uma ideia de conhecimento dado pelo sentido e pela razão, em um conjunto de todos os entes possíveis. Essa realidade se divide em dois: Physis e nomos.
Physis                                                                                 
A Physis (está rastreada pelos especialistas até o século XX) significa o desabrochar de uma flor, significa todas as leis que não está sobre o controle humano. Tem seu sentido técnico e específico no século IV, ou seja, seriam todas aquelas leis fora do controle humano, aquelas leis que regem a natureza.
Ela pode ser Empírica, que significa todo aquele conjunto de entes e leis que os regem que devem ser concebidos por meio dos cinco sentidos. Não representa apenas uma observação direita, mas também indireta, ou seja, seria apenas uma observação do pincel como pincel, mas indireta a ponto de se chegar aos átomos do pincel. O empirismo aborda as seguistes disciplinas:
o   Metafísica: que estuda as causas da realidade. Para um teórico cristão a explicação está por meio de Deus; por isso que o modelo de Hegel é teológico, uma vez que o fim seria Deus. Ou a metafísica de Platão, pela alegoria da caverna, na qual essa realidade é mera sombra e só tem existência pelo mundo das ideias, que é o real e verdadeiro. Ou, então, para Aristóteles, na qual o homem é um animal racional e é o que os distingue dos demais; entes materiais porque tem matéria. Esse não aceita pelos positivistas.
o   Ontologia: que estuda como os entes são organizados em sua estrutura; como é que os tais princípios se estruturam formando os entes. Aristóteles entende que todos os entes empíricos o são porque tem matéria, caso contrário seria ideal; todos têm limites e nosso limite são nossas ações. Assim, a soma de todos os acidentes tornam um indivíduo como único, apesar temos a essência da racionalidade. Portanto, o ente que não tem limite é Deus. Todos admitem a existência da ontologia.
o   Cosmologia: que é o estudo da organização do cosmos. Atomistas gregos dizem que a causa da realidade são os átomos; admitem os 4 elementos (água, fogo, ar, terra): a terra é o mais pesado, ele simplesmente vai para o centro e forma a terra; a água fica logo em cima dele, o ar por cima e por ultimo o fogo. Os átomos, então, concorrem para o lugar vazio. E explica, só existe água debaixo da terra porque o átomo terra, na sua formação, prendeu o átomo água em suas entranhas; portanto, arrastou a água por ser mais pesado. Hoje em dia não existem mais estudos em cosmologia, disciplina filosófica em desuso.
Ou pode ser Ideal que significa aquele conjunto de todos os elementos ideais, que só podem ser conhecidos diretamente pela razão, assim como os números, ou então Deus, quando teve sua existência provada por S. Tomás. Bochenski admite que a gravidade também seria um ente ideal, a qual seria tão real quanto um objeto, mas que só poderíamos toma-la por seus efeitos, e não como um objeto.
Para Muitos Teóricos a lei da Gravidade não existe, ela seria só uma colocação teórica para a explicação de ações focadas ao centro da terra; nem sempre a ação de queda dos corpos usa a gravidade.
Aristóteles diz que todo movimento se dá pelo contato, e assim, explica a queda desses corpos por meio da tese dos 5 elementos (terra, fogo, ar, água e éter). Assim, os positivistas colocam que a gravidade é uma mera ficção teórica criada por Newton para explicar a teoria dos elementos de Aristóteles.
Segundo esses positivistas. Os entes ideais são meras construções da Razão.
                Os Ideais abordam as disciplinas:
o   Metafísica: que estuda as causas da realidade.
o   Ontologia: que estuda a formação dos entes.
o   Teologia Filosófica: que estuda o absoluto, Deus, e sua relação com a realidade empírica. Tem-se de exemplo dessa disciplina S. Tomás de Aquino. Seus objetos são estudados pela filosofia da religião, com o passar do tempo entrou em declínio.
o   Antropologia Filosófica: possui uma amplitude grande; é aquela que estuda o homem como um todo e nas suas composições. Estuda a composição da mente humana. Também em declínio.
Nómos
Se opõe a physis, o que significa dizer que são todas as leis que estão sobre o controle humano, toda a região dos entes políticos. Para Maquiavel, no príncipe, os critérios estabelecidos para se saber se é um bom príncipe (político), aquele competente desejável, são o de um sábio que sabe prevê e antecipar catástrofes. Criar políticas (nomo – lex) para precaver-se.
Desse modo, as leis podem ser Subjetivas, ou seja, aquele conjunto de leis (regras) que são estabelecidas subjetivamentes pelo homem, como as regras morais; aquelas que depende da concordância do homem. Como disciplina dessa tem-se a ética:
o   Ética: que, para os realistas, estuda fundamentalmente a condição da moralidade humana; confluência da ética com a metafísica. Já os positivistas dizem que os valores são a consolidação de atos dos indivíduos (que estabelecem padrões de comportamento e distribuem bens e produções) e quando são representantes morais (padrões morais) essa realidade torna-se o valor da justiça - David Hume. Assim, não existem valores absolutos, sim padrões morais universais. S. Agostinho afirma que quando Deus cria o homem ele insere nele a moralidade. Assim, ética não se confunde com moral, uma vez que a moralidade é o conjunto de todas as regras que determinam comportamento, já a ética é a disciplina que estuda a moralidade (o nomos subjetivo).
Ou, então, as leis podem ser Objetivas, que são aquele conjunto de leis que vão além da nossa realidade. As disciplinas dessa são:
o   Filosofia Social e Política: que aborda as leis de comportamento humano na sociedade; regras de comportamento social e política humana.
o   Filosofia do Direito: que estuda a regra jurídica. Afirma que a lei é objetiva, independente da vontade (controle de conduta), universal (erga hominis, contra todos, sobre todos os objetos que ela rege, como as regras ao presidente) e cogente (condição de obrigatoriedade inderrogável). Elas são independe da aceitação do homem.

Ego
O Ego é uma dimensão que evidencia o “Eu”. Em Freud, é o conjunto de todas as leis morais de manifestação consciente; mas ele apresenta também o ID, que são as lei de manifestação inconsciente, e o superego, que coloca as leis de todas as estruturas e envolve o “Eu” (famílias, amigos). Já para Descarte é o próprio pensamento. J. Feinberg diz que o ego é todo aquilo que pertence à estrutura humana, tanto intracorpuris, como extracorpuris (no limite da sensibilidade do corpo); nesse caso, a dimensão do ego se opõe a dimensão da realidade.
Essa dimensão se divide em três: Mente, Conhecimento e Valor.
Mente
É o que os gregos chamariam de razão. Inclui a potencialidade da razão e da vontade. É o que está ligado a condição humana de estrutura psíquica, que dá condições de conhecer o corpo, o racional e a estrutura valorativa de comportamento. Comportas as Disciplinas:
o   Filosofia da Mente: coloca que a mente humana seria entidade distinta do cérebro, ou a mente humana seria estrutura ideal que existiria numa estrutura empírica, ou a mente humana é resultado da química cerebral (sinapses). Platão admite que a razão sobreviveria da morte, sua prova é o mundo das ideias. Essa disciplina tem uma conexão forte com as outras teorias: computação e neurologia (mecatrônica).
o   Gnosiologia (Teoria do Conhecimento): que estuda a própria gênese, a estrutura e a função do conhecimento; como se estabelece o conhecimento.
o   Antropologia Filosófica*
Conhecimento
O conhecimento pode ser dado pelo senso comum ou pela via teórica. Assim, admite suas disciplinas de acordo som essas “fontes”.
Segundo o senso comum, a disciplina é a:
o   Gnosiologia (Teoria do Conhecimento): que estuda a própria gênese, a estrutura e a função do conhecimento; como se estabelece o conhecimento. Indaga se a gênese desse conhecimento seria totalmente racional ou independente dos sentidos. Os empiristas, ou positivistas, entendem que o conhecimento tem sempre que se estabelecer através dos sentidos, qualquer conhecimento conseguido diferentemente é mera metafísica. Os realistas afirmam que dado que se pode conhecer, existe, mas por meio de provas lógicas. Assim, se estuda a possibilidade do conhecimento dos objetos, assim como a própria estrutura. Descarte começa a duvidar sobre o conhecimento, duvida da dúvida; posso duvidar de tudo, mas não posso duvidar do pensamento, então ‘penso, logo existo’. O conhecimento intuitivo é a apreensão direta de um objeto, mas o raciocinativo exige conclusões.
Segundo o Conhecimento teórico, as disciplinas são:
o   Epistemologia (Teoria da Ciência): que estuda as teorias em si, entender como se estabelece o próprio conhecimento teórico; distinguir teoria e senso comum, distinguir uma ciência de uma não ciência. Todas as teorias são de cunho racional, aquela em que a teoria tem que ser contrastada com a realidade, tem-se ciência. Estabelece, em grau de rigor, quais são os métodos que a ciência pode colocar e a estrutura de construção metodológica da ciência.
o   Metaética: ou seja, ‘Meta’ – além de, então é a Filosofia da ética.
o   Metalógica: ou seja a filosofia da lógica.
Valor
O valor é a condição de um determinado objeto avaliado por um determinado sujeito; assim, a discussão na teoria dos valores será se o valor é relativo ou absoluto. Os valores podem ser de cunho Moral, Estético ou Religioso.
O valor de Cunho Moral determina uma ação, assim, sua disciplina é:
o   Ética: que estuda os valores morais, indaga se os valores são universais ou não. Estuda a estrutura das regras morais e as validades universais ou não dessas regras.
Os valores estéticos são aqueles ligados a condição do gosto, seria beleza, feiura. Indaga-se aqui se existe um padrão universal. Para os empiristas é a consolidação de uma determinada sociedade; já os realistas afirmam que se se admite que a beleza é relativa, como se estabelece o conceito. Deve haver um conceito universal, que deva ser aplicado para qualquer pessoas ou objetos que se possa atribuir um valor estético. Sua disciplina é a:
o   Estética
E os valores de cunho Religioso são aqueles de crença inquestionável. Sua disciplina é:
o   Filosofia da Religião: aqui se apresenta uma questão, existe o ateísmo? Segundo muitos teóricos não existe ateu, porque ateu tem fé que Deus não existe; portanto, admite um grau de religiosidade.

Linguagem
Usar-se da linguagem significa dar nome no propósito de diferenciação, para poder conhecer uma realidade, seja identificando-a ou estabelecendo-a. Uma forma para dominar a própria realidade; uma função de conhecimento. Nesse sentido, a linguagem pode ser Natural ou artificial.
Natural
Seria aquela constituída por uma sociedade no arco histórico de sua existência. Logo, é regional. Tem como disciplina:
o   Filosofia de Linguagem: que estuda a estrutura geral da linguagem. Indagam se a linguagem é um instrumento do pensamento ou é o construtor do conhecimento.
Artificial
Seria aquela constituída por especialistas, desse modo são universais. Logo, não tem contexto histórico. Tem como disciplinas:
o   Filosofia da Linguagem: que estuda a estrutura geral da linguagem.
o   Lógica: estuda a argumentação correta, é a teoria do argumento.

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